sábado, 15 de novembro de 2008

GRACIELA LEÃES ALVARES DA CUNHA


GRACIELA LEÃES ALVARES DA CUNHA

G raciela foi menina sapeca, menina levada...
R isonha e muito arteira tinha na avó sua escudeira.
A neta preferida da avó Beba(gênios iguais)
C arente e muito prestativa, foi crescendo...
I nteligente , iluminada uma menina abençoada!
E special , e as vezes chatonilda, virou fada...
L uz trouxe a sua vida, poetando essa amada,
A miga alegre e sincera, Gra também vira fera....

L eal aos seus sentimentos sempre foi a luta,
E xcelente mãe, apaixonada pelos netos,
A nda sempre sorrindo quando os tem por perto.
E sperta desde a infância, não deixa nada pra depois...
S aratica, não sabe ficar quieta, eita !Vovó sapeca.

A nimada põe pra quebrar , dança até o sol raiar...
L ágrimas que caem e rolam pela sua face purifica.
V itórias sempre visualiza, com perseverança e fé...
A ntes esquece as dores e marcha adiante, confiante!
R osada , translúcida, assim é sua alma ...Calma.
E spevitada sabe ser também, vira fera como ninguém...
S acode as saias e sai a falar, até entender e calma ficar!

D ona de si, mulher rendeira que vai a luta na carreira,
A nsiosa sofre por antecipação, não tem dó do seu coração....

C abeção , quando enfia uma coisa na cabeça não tira, não!
U nica só existe ela, minha mana Graciela sempre bela...
N ada vai nos separar , nem que eu tenha que ir aí te abraçar.
H ilária poetisa talentosa, maravilhosa e gostosa! (risos)
A h! gosta de fazer manhã verdade é verdade , não fica brava.
(Valquiria Cordeiro)
14/10/2008
(Homenagem que ganhei da Amiga- Mana e Poetisa Valquíria Cordeiro, que muito me emocionou).

Publicado no Recanto das Letras em 15/11/2008
Código do texto: T1284548

domingo, 9 de novembro de 2008

“Rosa vermelha”


“Rosa vermelha”
Era noite e deixaram uma rosa vermelha
Na janela de meu quarto, era como veludo
Coloquei em um vaso de cristal com água
Ela sumiu....Cadê minha rosa vermelha?
Alguém pegou, ela estava aqui
Quem pegou minha rosa?
A rubra rosa que me deram
Que nem sei quem foi que me presenteou
Era a rosa mais linda que já tinha visto
A rosa vermelha é magia do amor
Lindo botão perfumado da paixão
Meus olhos entristecidos brilharam
Rosa que me faz sonhar e imaginar
O quanto sou amada, mas ela sumiu
Será que foi o vento, a chuva que a levou
Já sei, foi pura imaginação de meu coração
Solitário....
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS - 09/11/08 -06h:45min
Publicado no Recanto das Letras em 09/11/2008
Código do texto: T1274175

RECEITA PRA SER FELIZ II


RECEITA PRA SER FELIZ II

É assim que nós mulheres devemos nos sentir:
pensar, amar, mas sempre querendo evoluir.
Nunca rasteje aos pés de quem não nos merece;
seremos estrelas no céu e não a coberta que aquece.

Eles sempre chegam mentindo,
não reconhecem nossa beleza interior
e o nosso trabalho, seja ele qual for.
O amor companheiro sempre irá nos elevar,
reconhecer nossos méritos e nos elogiar;

caso não aconteça, não passa de um canalha,
oportunista, que quer passar tempo e só atrapalha.
Despreze-o e procure o conforto nos seus amigos
e com certeza, com o seu coração aberto

poderá encontrar a outra metade de sua maçã,
talvez tenha alguém interessado em você
e não chega, pois você esta fechada,
enclausurada por alguém que não a merece.

Não esqueça! Sempre se olhe no espelho
e veja que homem deste porte não lhe merece.
(Graciela da Cunha)

RECEITA PRA SER FELIZ I


RECEITA PRA SER FELIZ I

Nós, mulheres, temos que ter uma
receita prática para não sofrermos
do mal do amor. Então vamos lá!
Sinta-se uma mulher fantástica,
Linda, educada, carinhosa, inteligente.
Mulher maravilha de coração carente,

meiga, feminina, enfim, com milhões
de predicados que poucas mulheres
hoje em dia tem.
Estão achando muita pretensão?
Não é não! É que nós temos que nos amar,
caso contrário, vamos ficar tristes e sozinhas
Para o resto da vida, sentindo-nos pobrezinhas!
(Graciela da Cunha)

POETAS


POETAS

Sou maestrina da minha orquestra.
tenho diversos instrumentos.
Em minha volta vários músicos,
todos eles afinados comigo.

Cada um especialista em um tipo de som.
A minha tarefa de maestrina é estar
sempre perto, ajudar, dar o melhor de mim onde
todos nós atingiríamos um nível de excelência.

Sozinha, não conseguiria de maneira alguma!
Não atingiria os corações de todos!
Estes músicos são os meus amigos,
Tocamos juntos vários instrumentos;

e juntos com vários poetas
sai à melodia em cada dueto
construído com carinho e amor
cada risco no papel.
(Graciela da Cunha)
(Homenagem a todos os Poetas que comigo fizeram Duetos)

“Flor”


“Flor”
Flor bela e faceira
Que ama sem distinção
Belos conselhos foram dados
Expressando sempre seu amor
Amenizou o meu desespero e minha dor
Surgiu na minha vida como um raio de luz
Trazendo alegria, felicidade e paz
Ela é a Silvia – Rainha da Selva
Mas uma pena que é gremista
Fazer o que ninguém é perfeito
Tem tempero do bom
Passa fazendo doces
Pois é como abelha
E o doce que mais gosta é quindim
(Graciela da Cunha)
06/11/08
(Homenagem a Silvia Regina)
Publicado no Recanto das Letras em 06/11/2008
Código do texto: T1268510

“Respeito”


“Respeito”
Respeite para ser respeitado
E diga sempre a verdade
Com habilidade – mas a verdade
Esta é a regra fundamental para
Evitar mal-entendidos e insatisfações
Em qualquer situação da vida
É necessário ser franco
Direto e emitir os sentimentos
Que às vezes podem ser desagradáveis
Aqui falamos do respeito do amor
E no amor tem que saber ouvir
E ser ouvido...
Especialmente nas formas não-verbais
É preciso olhar nos olhos
A falta de respeito corrói a base do amor
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS - 05/11/08
Publicado no Recanto das Letras em 05/11/2008
Código do texto: T1267396

Síndrome do Pânico


Síndrome do Pânico
Síndrome do Pânico é o pavor repentino.
A pessoa passa pelo desespero
Seu corpo reage, frente algum perigo
Que naquele momento sente uma
Sensação de catástrofe iminente

E o perigo vem de dentro
Com taquicardia, dificuldade de respirar,
Formigamento nas mãos e muita tontura,
Desconforto no peito, boca seca, tremores...

Frente ao desespero às vezes se chora
Pela dor que sufoca lentamente
Sendo uma das situações mais angustiantes
E desesperadora que pode experimentar na vida
A pessoa que tem a síndrome de pânico,
Vive com medo do medo
E sempre necessita de amor e proteção.

Tendo Deus no coração e com força,
Fé, confiança e coragem
Aprendendo a cada dia ter autocontrole
O Portador da Síndrome de Pânico
Pode viver em paz amando e sendo amada

As pessoas que sofrem desta doença tem
Que receber amor dos familiares e amigos
É a parte mais importante do tratamento.
(Graciela da Cunha)
29/10/09

Eu sofro de Síndrome de Pânico há seis meses
E foi há Poesia que muito me ajudou.
Publicado no Recanto das Letras em 29/10/2008
Código do texto: T1254867

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

“Meus Olhos”


“Meus Olhos”
Meus olhos ganharam hoje lágrimas novas,
e eu que pensei que eles fossem um poço seco.
As lágrimas que fluíram emanaram da minha alma,
a felicidade e ainda proporciona aqueles momentos,
de alegria e de um grande amor onde ouvi Anjos cantarem...
Nossas lágrimas muitas vezes são de alegria ou tristeza,
as lágrimas caem são as lembranças que chegam...
Nosso rio de nossas lágrimas muitas vezes desanda a rir,
as lágrimas não têm cor porque são expressões da alma.
assim como o riso se verdadeiro chega e acalma...
(Graciela da Cunha e Oswaldo Antônio Begiato)
20/10/08
Publicado no Recanto das Letras em 21/10/2008
Código do texto: T1239458

terça-feira, 14 de outubro de 2008

“A Praça”


“A Praça”
A manhã estava resplandecente,
as flores estavam no auge de seu frescor,
irradiavam beleza e suaves fragrâncias,
beija-flor voando e pequenas aves,
aprumadas sobre as arvores.
Trocavam de lugar como se bailassem no espaço,
casais apaixonados de diferentes idades passeavam,
pelos sinuosos e floridos caminhos e crianças brincavam,
com os braços abertos tentavam imitar os pássaros.
Na linda praça dos corações apaixonados,
onde existia uma cumplicidade muito intensa,
daquela praça lembrança com gosto do sorriso...
Onde nosso amor começou e as recordações,
vem do fundo de alma e o coração sente-se bem.
(Graciela da Cunha )
10/08/09
Publicado no Recanto das Letras em 14/10/2008
Código do texto: T1228296

domingo, 5 de outubro de 2008

“Confesse”


“Confesse”

A noite chega e te espero
O amor invade o meu corpo
Procuro por suas carícias
Você fugiu para
Não confessar seu amor
Preso agora esta
Em tua própria armadilha
Confesse agora...
E fique liberto para amar
Venha envolver
Meu corpo em teus braços
Caso tenha que partir
Deixe comigo
A certeza de um
Breve reencontro.
(Graciela da Cunha)
05/10/08

“Emoção”


“Emoção”
Meu coração vive em ritmo de emoção,
sou abelha a produzir o mel,
no jardim das flores multicoloridas,
onde os pássaros cantam ao som de violinos,
ao ardente desejo que esse amor promete.

Abro meu coração para viver o hoje...
Amanhã talvez...
Agora é tempo de amar...ter emoções.
entorpecendo-me em êxtases de amor...

Que até o vento para de soprar!
Tudo conspira para nossas almas se tocarem,
ficando uma mistura do nosso amor no ar,
em mim tuas mãos tocam em sintonia
como uma orquestra completa,
mas é impossível esquecer,
a emoção de lhe conhecer.
(Graciela da Cunha)
02/10/08

Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2008
Código do texto: T1211753

TENTAÇÃO


TENTAÇÃO

As tentações são bem sucedidas aos apelos do coração.
Basta um pensamento e já está acontecendo,
ludibriando meu ser no mais belo retrato em branco e preto.
Quero-te de alma e coração... Inteira... Em inspiração,

porém, tem horas que me deixa a zombar de meus sentimentos.
Na fúria dos ventos quentes, deixa-me sofrendo da dor da paixão.
Estou cansado de lutar com esta tentação que ora vem, ora vai.
Vou contar em versos minha doce tentação que é te ter em meus braços.

Não me tentes, ó menino, que dos pudores esqueço.
Se me tentas com tanta desfaçatez vou buscar-te,
após ter sucumbido à tentação. Envolve-me com laços de ternura,
com sede e paixão adentra-me e com brandura sufoca-me com tato

e me aqueça igual lava de vulcão: sem sofrer da dor da paixão.
Não canse de lutar, abrace-me e sequestra-me com teu afeto.
Estou a espera que tu serenes a minha ansiedade
para que eu possa sorrir desta minha insensatez
e com sua chegada acalmar a minha impaciência
da tentação.
(Rene Oliveira e Graciela da Cunha)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

“Desejo”


“Desejo”
Nunca queira demais, o que não esta escrito,
mas sempre o que for ofertado com prazer...
Queira sem pensar no máximo e nunca tenha
o olhar maior que seu desejo...
A fluidez da beleza é tão somente o nosso desejo
mais intenso.

Desejo sábia palavra inconteste,
onde inspiro o pensamento que vaga,
por constelações nunca vista,
embriagando com poesia e sonhos,
onde o propulsor imaginário da paixão,
o desejo não se esvai e sim a ânsia de atiça-los.

Como aflora uma rosa vermelha numa tempestade,
no meio da colina de teus seios nosso amor desflora,
onde nas tuas curvas não perco a velocidade...
Assim vivo meu presente com esta paixão,
junto a ti, amando, como uma constelação...

Do mais puro prazer de um amor diferente,
entre risos e gemidos fomos violando nossos sentidos,
nos seus percursos buscamos e encontramos ,
o inconteste desejo inconsequentemente feliz.
(Rene Oliveira e Graciela da Cunha)
01/10/08
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2008
Código do texto: T1206736

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

“Despedida”


“Despedida”
Existe tanta dor escondida
Temos débitos à resgatar
E a Terra é nossa maior guarida

Pela vida passamos de viagem
Precisamos estar de malas prontas
E cuidar bem de nossa bagagem

Se a morte não dói, devemos ter calma
A dor que se sente é da despedida
Mas necessitamos de paz na alma

Dos que amamos sentiremos saudade
Fizeram feliz o nosso caminhar
O reencontro será de felicidade

Buscaremos o vôo, rumo ao infinito
Como pássaros livres almejaremos
Sanar todos os nossos conflitos.
(Graciela da Cunha e Neneca Barbosa)
15/09/08
Publicado no Recanto das Letras em 15/09/2008
Código do texto: T1179451

terça-feira, 29 de julho de 2008

Solidão


Solidão

Sentimento que sufoca
Vazio que não se define
Dor interna que oprime...

Chega e vai tomando conta,
Sensação de estar só...

Coração cheio de inquietude
Choro, angustia , falta de atitude
Busca por amparo divino...

Só Deus é consolo presente
Ele chega e aos poucos e vai
Ocupando o vazio com seu amor.
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS 28/07/08

“O PALHAÇO”



“O PALHAÇO”
O palhaço nos faz chorar de rir
É só alegria, pinta cara, usa calças largas
em cores espalhafatosas, suspensórios largos,
sapatos enormes, perucas, chapéus
e não esquecendo do falso nariz vermelho.

Temos até inveja da vida do palhaço,
De tanta alegria que ele proporciona
As crianças quando chegam ao circo.
Quando entra no picadeiro é só diversão.

Mas quando a cortina cai, sua verdadeira face,
vem mostrar a tristeza que carrega no coração.
por trás daquela máscara que ninguém vê
tem sentimento de angustia, dor, solidão...

Mas como um bom palhaço que é,
Continua levando sua alegria...
mesmo com seu coração em agonia.
(Graciela da Cunha)
28/07/08- Santa Maria/RS
Publicado no Recanto das Letras em 28/07/2008
Código do texto: T1101670

quinta-feira, 24 de julho de 2008

“Compartilhar”


“Compartilhar”
É tão difícil encontrar alguém que queira
Ajudar nas horas difíceis que passamos em nossas vidas
Eu sou uma pessoa de sorte,
Encontrei uma amiga generosa e solidária

Que sempre esta disposta a ajudar
A cooperar com as pessoas e apóia-las
Ela confia na ação do Poder Superior
E caminha procurando crescer com
As experiências espirituais da vida.

Faz o bem espontaneamente
Com o coração aberto e repartindo
O que pode e o que tem com amor

A cada dia dou um passo para frente
Encontrando a paz e a luz interior
Que estava ofuscada em meu coração

Com ajuda do Núcleo Espírita Eurípedes Barsanulfo.
E seus mentores espirituais para onde esta amiga
Encaminhou-me hoje me sinto como o SOL
O amor voltou a ressurgir em meu coração
Junto da esperança do amanhã ser feliz

Sempre buscando dentro da fé espírita
Cumprindo a Lei do Amor e da Caridade
Pois somente a Lei do Amor une.
É a essência divina que todos têm
"No fundo do coração a centelha desse fogo sagrado"
(Homenagem a Poetisa Neneca Barbosa)
Graciela da Cunha
Santa Maria/RS
23/07/08
Publicado no Recanto das Letras em 24/07/2008
Código do texto: T1094780

“O Poeta”


“O Poeta”
O Poeta alça vôo em busca da montanha
Quer furar as nuvens para enxergar o sol
Quando chega ao cume da mesma montanha

Fica embebido pelo paraíso que vê
O verdadeiro espetáculo da natureza
E não percebe que é cessado o tempo...

De sonhar e voar e aos poucos sua visão
Se confunde e ele fecha os olhos e
Quando reabre se vê em sua cama
Com o seu livro de poesias na mão.

E compõe mais um belo poema.
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS
23/07/08
(Homenagem ao Poeta Oswaldo Antônio Begiato)

Publicado no Recanto das Letras em 23/07/2008
Código do texto: T1094307

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os efeitos jurídicos da união homossexual





Em junho de 1997, quando apresentei o trabalho de conclusão do curso de Direito na ULBRA/Canoas, abordei o tema ?Os Efeitos Jurídicos da União Homossexual?, tendo como orientador Dr. José Alberto Marques Moreira, o qual assinou a publicação do livro em 1999 pela Editora DATACERTA, de Porto Alegre, junto comigo.
Em julho de 1999, ano da publicação, a obra tinha por objetivo revelar o preconceito e a discriminação vividos por casais homossexuais em nossa sociedade. Por tal estigma, viviam quase isolados, tanto no aspecto social, como jurídico, trazendo assim, a importância jurídica de se conhecer os efeitos patrimoniais que geram os relacionamentos de pessoas do mesmo sexo.
A obra foi direcionada a estudantes de Direito, pois abordava, de uma maneira direta e simples, assuntos relacionados aos direitos dos homossexuais, como a visão mundial da parceria civil, o princípio da igualdade frente à discriminação sexual, os direitos sucessórios e direito a alimentos, a adoção e os benefícios da previdência. O trabalho foi inovador na área, pois fugia às abordagens tradicionais de casamento e/ou concubinato.
A homossexualidade marcou sua existência na maioria das sociedades desde os mais remotos tempos. As várias culturas diferiram em suas reações com relação a esta orientação sexual: foi aceita, valorizada, reprimida ou simplesmente tolerada.
Entretanto, as negativas sofridas pelos parceiros homossexuais não podiam e não podem mais subsistir, por contrariarem a liberdade fundamental a que faz jus todo o ser humano, no que diz respeito à condição de sua vida sexual.
Paralelo à elaboração do trabalho de conclusão, acompanhamos o andamento do Projeto de Lei nº 1.115/95 de autoria da deputada federal Marta Suplicy, sendo Relator o Deputado Roberto Jefferson. O projeto foi realizado com profunda intervenção cirúrgica, cujos quelódes surgiram desde os primeiros dias de sua proposição, eis que visava a legalização destas parcerias. Garantiria o direito à propriedade, à sucessão, aos benefícios previdenciários, seguro saúde conjunto, declaração conjunta do importo de renda, direito à nacionalização no caso de estrangeiro e renda conjunta para compra de imóveis. Pretendia-se, com isso, reconhecer e assegurar os direitos de milhares de pessoas que, por sua orientação sexual, não podem ter os mesmos negados.
O princípio da igualdade ou isonomia assevera que o cidadão (homem e mulher) não pode ser discriminado. Este direito está inserido no artigo 5º da Constituição Federal, vedando a distinção de qualquer natureza, ou seja, racial, profissional, religiosa, ideológica, sexual, entre outras.
Temos que todo o ?contrato? ou todo o ?instituto jurídico? tem causa ético-social ou econômico-social. A união de pessoas do mesmo sexo, é de pressupor, tem também uma causa ético-social: o amor é a base ético-jurídica da instituição Parceria Civil Registrada. Ao ?Estado? interessa, objetivamente, uma justa atribuição dos direitos-deveres entre as partes.
O Juiz Roger Raupp, da 10ª Vara Federal do Rio Grande do Sul, proferiu uma das mais bem fundamentadas sentenças sobre a parceria homossexual, datada em 1996. Nela, analisou os efeitos jurídicos da relação, sob o ponto de vista da Constituição Federal e dos Direitos Fundamentais. Foi acolhido o pedido do segundo autor de ser incluído como beneficiário do primeiro, no plano de saúde mantido pela Caixa Econômica Federal (Funcef), que, de maneira simplista, esclareceu que ?dentre outros direitos fundamentais, garante a Constituição da República a igualdade, plasmada, assim, o princípio da isonomia. No âmbito da sexualidade, esse princípio mereceu especial proteção mediante a proibição de qualquer discriminação sexual infundada: invocou, dentre outras normas, o inciso I do artigo 5º (igualdade de direitos e deverres entre homens e mulheres) e o inciso XXX do art. 7º. (proibição de diferença de salários, exercício de funções e critério de admissão por motivo de sexo)?. Salientou, ainda, que a discriminação de um ser humano em virtude de sua orientação sexual constitui, precisamente, uma hipótese de discriminação.
Afirma-se que não existe diferença entre a união estável de heterossexuais e homossexuais, quanto à existência. Assim, cabe analogia entre a união estável (art. 226, § 3º da CF/88) e a união de pessoas do mesmo sexo, esta não prevista pelo legislador. Conseqüentemente, buscar-se-á naquela fundamentos jurídicos, pois não existe, ainda, no ordenamento jurídico, uma regra específica para a união estável dos homossexuais. Outrossim, existe uma semelhança no essencial, e identidade de motivos entre os dois casos, pela inteligência do artigo 4º da LICC.
Em 04/03/04 vários jornais publicaram que as pessoas do mesmo sexo poderão registrar a união afetiva entre os parceiros. Tal decisão teve repercussão nacional, eis que foi publicado no Diário da Justiça a medida baixada pelo Corregedor-Geral da Justiça, Desembargador Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, na qual passou a permitir que os Cartórios de Registros de Notas de Estado do Rio Grande do Sul registrassem documentos relativos às uniões efetivas de pessoas do mesmo sexo.
O Magistrado afirmou ?não obstante as discussões éticas, filosóficas, antropológicas e religiosas sobre o tema, o fato é que as relações homossexuais existem e por isso, em razão da segurança jurídica, merecem ser disciplinadas independentemente da posição que se tenha?.
Afirmou, ainda, ?quando se tratam de relações de fato- caracterizado como união estável ? entre o homem e a mulher ? a própria Constituição tutela (art. 226,§3º, da CF). Mesmo que ainda não caracterizada a união estável, como na hipótese regrada pela Constituição, os interessados poderão fazer o registro dos documentos que digam respeito à relação afetiva, com base no princípio da segurança jurídica?.
A origem do provimento nº 06/2004-CGJ teve no pedido de informações da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o qual teria recebido informações da negativa de vários tabelionatos da Capital/RS em lavrar escritura pública de união estável dos parceiros homossexuais.
No realizado em1997, afirmamos que a relação homossexual não merece julgamento. É um fato da vida privada do cidadão. Não é boa nem ruim: é como os demais relacionamentos. A questão primordial, sob o ponto de vista técnico, é que, tratando-se de um fato da vida, e tendo relevância social, é de suma importância que o legislador tenha a preocupação em regulamentar. E como podemos observar, a Constituição não veda este tipo de relacionamento, pelo contrário, repele qualquer tipo de discriminação.
Milito há 8 anos na Justiça do Trabalho. Na época, a idéia era ?sem pé nem cabeça?, diziam os colegas. Porém, comecei a estudar o tema, sempre buscando respostas para as dúvidas que surgiam ao longo da pesquisa. Segui minha meta com muita dificuldade, pois existia pouco material para pesquisa e a internet, no Rio Grande do Sul, era rara.
Após oito anos, a minha tese foi confirmada em parte.
Graciela Leães Alvares da Cunha
04/05/2004