Eu tinha uma coisa com aquele lugar que não saberia definir para ninguém, meus olhos estavam fixos nas ondas do mar que estouravam e me hipnotizavam...
Fiquei algum tempo ali, longe dos quiosques e do pequeno movimento no alto da praia,
só ouvindo o barulho. Aos poucos comecei a lembrar daquele amor perdido.
Internamente tragada pela emoção de pisar naquela areia quente e mole... O movimento das ondas parecia encobrir todos os sons internos e externos. Apenas o murmurar do vento por entre, as folhas das árvores se faziam ouvir, em meio a canção que vinha das águas...Ventava muito, ventava muito também, dentro de mim...
Cheguei a poucos metros do mar e deixei banhar-me- pela língua de água quente, que logo envolveu meus pés em uma pequena poça. Soltei os cabelos e deixei que o vento os afagasse. Sentindo uma deliciosa sensação de liberdade.
Sempre quando chegava naquele lugar, gostava de ficar ouvindo o quebrar das ondas, que na lua crescente ficavam a brilhar, cintilantes e espumantes...
Quase que sem sentir, comecei a caminhar lentamente em direção às águas. Era perigoso, pois as ondas eram gigantes e começavam a estourar cada vez mais forte. Se desse mais alguns passos eu seria engolida pelo turbilhão, mas parecia nem me dar conta do perigo, a sensação era como se minha visão estivesse turvada pelas lágrimas que corriam de meus olhos sem parar.
Somente dei por mim do perigo quando braços fortes me enlaçaram pela cintura e me puxaram rapidamente para mais próximo da margem. Ele falou:
- Que susto você me deu!
E finalmente me colocou, no chão, exausto e muito molhado... A me ver sentada no chão, sacudindo-me em pranto, ele se aproximou e abaixou-se a meu lado, limpando... Com delicadeza as minhas lágrimas que teimavam em cair, senti um forte perfume que exalou de suas mãos, no momento que tocou em minha face.
Quando olhei para o meu salva-vidas, vi uma beleza singela, de olhos e cabelos negros,
mostrou-se um homem muito atraente e sensível. Eu com envergonhada pedi que ele fosse embora, que já estava tudo bem. Como um anjo, ele me falou:
- Não digas bobagens!
Tapou meus lábios levemente com a ponta de seus dedos. Sentia vontade incrível de beijá-lo. Ao inspirar novamente aquele perfume, senti um arrepio estranho e um desejo de ser beijada. Em meu íntimo eu gritava: - “Meu Deus, eu estou enlouquecendo”.!
Não sabia quem era aquele homem , e a praia já estava deserta naquela hora, parecia que ele lia meus pensamentos. Ele disse: - Não se preocupe que não vou lhe fazer mal!
O meu salva-vidas lamentou-se, pois sabia o que eu estava sentindo, eis que já havia chorado muito diante daquele mar ...Como eu fazia agora.
Nós dois ficamos olhando para o mar em silêncio, como se cada qual houvesse sido tragado, pelos próprios pensamentos. Estranhamente, pela primeira vez desde que fui abandonada... Eu sentia uma ternura diferente dentro de mim, enquanto conversava com aquele estranho.
Nós dois levantamos e neste momento, nossos corpos se encontraram e novamente, algo estranho aconteceu em meu coração solitário. Era como uma mágica energia nos envolvesse, ficamos tão perto, que por pouco não nos beijamos. Ele se aproximou dos meus lábios para beijar-me, eu desconversei e fui caminhando, já estava a vários passos dele... Quando ele gritou, eu vou levá-la para casa e faço questão!
Seguimos em silêncio, de mãos dadas, até o alto da praia. E continuamos em silêncio, eu somente dava as informações de onde morava.
Devagar, eu moro ali naquela casa de tijolo a vista com janelas verdes. E ele me convidou para passearmos no outro dia à tarde. E ali iniciamos uma linda história de amor.
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS 27/07/08
Fiquei algum tempo ali, longe dos quiosques e do pequeno movimento no alto da praia,
só ouvindo o barulho. Aos poucos comecei a lembrar daquele amor perdido.
Internamente tragada pela emoção de pisar naquela areia quente e mole... O movimento das ondas parecia encobrir todos os sons internos e externos. Apenas o murmurar do vento por entre, as folhas das árvores se faziam ouvir, em meio a canção que vinha das águas...Ventava muito, ventava muito também, dentro de mim...
Cheguei a poucos metros do mar e deixei banhar-me- pela língua de água quente, que logo envolveu meus pés em uma pequena poça. Soltei os cabelos e deixei que o vento os afagasse. Sentindo uma deliciosa sensação de liberdade.
Sempre quando chegava naquele lugar, gostava de ficar ouvindo o quebrar das ondas, que na lua crescente ficavam a brilhar, cintilantes e espumantes...
Quase que sem sentir, comecei a caminhar lentamente em direção às águas. Era perigoso, pois as ondas eram gigantes e começavam a estourar cada vez mais forte. Se desse mais alguns passos eu seria engolida pelo turbilhão, mas parecia nem me dar conta do perigo, a sensação era como se minha visão estivesse turvada pelas lágrimas que corriam de meus olhos sem parar.
Somente dei por mim do perigo quando braços fortes me enlaçaram pela cintura e me puxaram rapidamente para mais próximo da margem. Ele falou:
- Que susto você me deu!
E finalmente me colocou, no chão, exausto e muito molhado... A me ver sentada no chão, sacudindo-me em pranto, ele se aproximou e abaixou-se a meu lado, limpando... Com delicadeza as minhas lágrimas que teimavam em cair, senti um forte perfume que exalou de suas mãos, no momento que tocou em minha face.
Quando olhei para o meu salva-vidas, vi uma beleza singela, de olhos e cabelos negros,
mostrou-se um homem muito atraente e sensível. Eu com envergonhada pedi que ele fosse embora, que já estava tudo bem. Como um anjo, ele me falou:
- Não digas bobagens!
Tapou meus lábios levemente com a ponta de seus dedos. Sentia vontade incrível de beijá-lo. Ao inspirar novamente aquele perfume, senti um arrepio estranho e um desejo de ser beijada. Em meu íntimo eu gritava: - “Meu Deus, eu estou enlouquecendo”.!
Não sabia quem era aquele homem , e a praia já estava deserta naquela hora, parecia que ele lia meus pensamentos. Ele disse: - Não se preocupe que não vou lhe fazer mal!
O meu salva-vidas lamentou-se, pois sabia o que eu estava sentindo, eis que já havia chorado muito diante daquele mar ...Como eu fazia agora.
Nós dois ficamos olhando para o mar em silêncio, como se cada qual houvesse sido tragado, pelos próprios pensamentos. Estranhamente, pela primeira vez desde que fui abandonada... Eu sentia uma ternura diferente dentro de mim, enquanto conversava com aquele estranho.
Nós dois levantamos e neste momento, nossos corpos se encontraram e novamente, algo estranho aconteceu em meu coração solitário. Era como uma mágica energia nos envolvesse, ficamos tão perto, que por pouco não nos beijamos. Ele se aproximou dos meus lábios para beijar-me, eu desconversei e fui caminhando, já estava a vários passos dele... Quando ele gritou, eu vou levá-la para casa e faço questão!
Seguimos em silêncio, de mãos dadas, até o alto da praia. E continuamos em silêncio, eu somente dava as informações de onde morava.
Devagar, eu moro ali naquela casa de tijolo a vista com janelas verdes. E ele me convidou para passearmos no outro dia à tarde. E ali iniciamos uma linda história de amor.
(Graciela da Cunha)
Santa Maria/RS 27/07/08
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Obrigada por sua visita e volte sempre!!
Me alegra
Graciela da Cunha