domingo, 19 de julho de 2009

AMOR HIPÓCRITA


AMOR HIPÓCRITA

Para você o amor é colocado
em degraus mais baixos
do que se afigura para mim.

Todos os castelos que edificamos!
Todos os planos para o amanhã!
Todos os sonhos que arquitetamos!

Plantavam-se no solo movediço e
lodoso, do mero instinto
da atração física.

Eu progredi na escala
e cheguei a amar-te,
você permaneceu no submundo
dos amores viciosos.

Sem vislumbrar nenhum sentimento,
mesmo que modesto
de alguma elevação
você passou a ter por objeto
de teus vícios outras mulheres.

Tão baixas como você
ou vítimas incapazes de fugir
das malhas que tecias com palavras
de carinho hipócrita.

Protestos de amor falsificado,
promessas de felicidade mil
em noitadas que ficaram célebres
como a boêmia debochada.
Quantas vítimas você fizeste?

Mas quanto mais voltava para as outras,
o meu amor por ti crescia,
tanto que me sentia tua.
O que nunca fui sequer
tua mulher e sim tua escrava,
transformando-me em mendiga

de seus carinhos,
de um simples olhar,
de sua companhia.

Mesmo sob a dor de teus
maus tratos e sob o peso
de tuas cruéis imprecações
dilacerando-me o físico e a alma,
adorava-te e amaldiçoava
ao mesmo tempo.
(Graciela da Cunha)
23/12/08

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Graciela da Cunha